Artivismo
Para a igualdade de género no desporto através da média-arte digital
Quando conjugada com ativismo, a arte torna-se artivista.
O artivismo, ou outros neologismos que lhe estão próximos – arte ativista, culture jamming, espetáculo ético ou tactic media -, por ser um conceito relativamente novo, ainda não é encarado de forma consensual pelas artes e pelas ciências sociais. Polémico, na sua relação entre arte e ativismo, muitas vezes político, ele encontra-se em atos de resistência, de subversão, de intervenção social e política. O objetivo é mudar, resistir, amplificar, mas também refletir ou sensibilizar para situações ou temas em determinada época, consolidando-se como causa e reivindicação social e simultaneamente como rutura artística.
Artivismo Digital
As atividades de arte digital são associadas por alguns autores à net art, referindo-se a uma variedade de obras de arte feitas por computador, acessíveis online, criadas por artistas que utilizam navegadores da Internet, códigos ou scripts, motores de pesquisa, aplicações e outras ferramentas online. A net art dissolve as fronteiras entre arte, design, ativismo político e comunicação, e as fronteiras entre o público e o seu criador, sem controlo sobre a autoria ou sobre quem dela participa, facto que, por si só, já é suficiente para que seja ativista.
Os objetivos dos artivistas digitais atuais não diferem muito daqueles do século XX, que também procuravam denunciar problemas ou desigualdades sociais. As modernas intervenções artivistas utilizam ferramentas tecnológicas digitais, formas novas e inesperadas de mobilização coletiva e de ativismo. Entre os aspetos inovadores encontra-se a utilização de equipamentos e média digitais como recursos cruciais para a participação política e cívica. O ciberespaço e a Internet são potenciais palcos ou arenas para ações de protesto e até de conflito, mas podendo também ser uma ferramenta ao serviço dos movimentos sociais, nas quais as tecnologias de informação se tornam, elas próprias, causa e motivo de contestação social. No entanto, a Internet e os média digitais não têm propriamente a intenção de substituir, mas complementar as práticas mais convencionais.
Com a evolução da comunicação social na Internet, os artivistas começaram a utilizar ferramentas de média social, como o Facebook, o Twitter, o Instagram, o Vine ou até o TikTok, mas também páginas web e blogues, como plataformas para a sua atividade e propagação da sua mensagem. A utilização não exige competências técnicas particularmente sofisticadas, por isso os artivistas conseguem chegar não apenas a outros artivistas ou ativistas, mas ao público em geral que se interesse pelo assunto. Muitas das táticas e ações que já se utilizavam off-line passam a ter uma versão nas manifestações online. O inverso também acontece: alguns projetos e atividades são possíveis com a participação do público, primeiro na rede e depois nas ruas. Eventualmente, até para dentro do espaço expositivo e do museu, que pode (deve) ser um ambiente também de reflexão sobre diversos temas e causas, indo além da mostra de artefactos. Daí se pode partir para uma maior história, não necessariamente terminável. Como a que se tenta ‘contar’ com o projeto Paralelo 3.